Hoje, dia 22 de março de 2022, comemora-se o Dia Mundial da Água com o tema: “Água Subterrânea: tornar visível o invisível”.

O tema deste ano realça a importância das águas subterrâneas, que muitas vezes são esquecidas por não estarem visíveis. Desta condição, resulta não ser fácil avaliar a quantidade existente deste recurso ou mesmo a sua eventual contaminação, ao contrário do que acontece com a água superficial. Sabe-se que a água subterrânea representa 22% da água doce disponível no planeta (fonte: WWF), motivo pelo qual é urgente a sua preservação.

A água subterrânea é utilizada para diversos fins, desde a agricultura e indústria ao consumo humano. Existem muito locais, principalmente as zonas mais afastadas de centros urbanos, que são abastecidos exclusivamente através de água subterrânea.

Este recurso, por não ser visível e apesar de estar protegido pelo solo (que tem ainda a função de “filtro”), pode ser afetada por contaminantes provenientes das fossas sépticas em locais não servidos por redes de saneamento, do uso excessivo de herbicidas e fertilizantes resultantes das atividades agrícolas, de inadequada gestão do território, especialmente na instalação de explorações de agricultura e pecuária em áreas de recarga de sistemas aquíferos ou explorações com elevadas necessidades hídricas e que esgotam os recursos locais, etc. Por isso é muito importante o estudo das massas de água subterrâneas e o respeito pelas medidas de proteção estipuladas, de forma a conservar e preservar um recurso que é tão necessário para todos.  

A Taviraverde, como responsável pela distribuição de água para abastecimento público no Concelho de Tavira, tem a seu cargo vários furos de captação, sendo que apenas parte deles estão em funcionamento e abastecem populações que vivem na zona da serra Algarvia, onde ainda não é possível fazer chegar água proveniente da entidade gestora em alta, Águas do Algarve. Para além destes, a Taviraverde também tem a seu cargo 11 furos que neste momento estão classificados como furos de reserva, que poderão ser reativados em situações de seca extrema ou outra situação extraordinária, em que as Águas do Algarve deixem de conseguir fornecer água.

Como as captações mencionadas têm como função o abastecimento público, as mesmas estão delimitadas por um perímetro de proteção, definido em Portaria do Diário da República, que prevê três zonas: imediata, intermédia e a alargada. A zona imediata é interdita a qualquer instalação ou atividade, com exceção das que têm por finalidade a conservação, manutenção e melhor exploração da captação. Nesta zona o terreno é vedado e tem de ser mantido limpo de quaisquer resíduos, produtos ou líquidos que possam provocar infiltração de substâncias indesejáveis para a qualidade da água da captação. As zonas de proteção intermédias ou alargadas são interditas ou condicionadas a instalações e atividades suscetíveis de poluírem as águas subterrâneas.

Para além destas medidas, a água proveniente das captações ativas é ainda sujeita a tratamento adequado numa pequena ETA (Estação de Tratamento de Água), com equipamentos apropriados para a remoção de microrganismos e de substâncias indesejáveis eventualmente 

existentes. Para a verificação da qualidade da água está implementado um PCO (Plano Controlo Operacional da água) e o PCQA (Plano de Controlo da Qualidade da Água).

Em suma, é importante que todos tenhamos noção da importância que a água subterrânea tem para a nossa sobrevivência e que atuemos de encontro à sua preservação lembrando-nos que tudo o que é depositado para o solo pode vir, irremediavelmente, a contaminá-las.

Data do Artigo
22/03/2022